Coleção completa por Volume (anual)

Gazeta em forma de e-meio 65 (30/9/2008)

Global aluxinasion

Começaram em 11/9/2001, derrubando torres gêmeas e bolsas de valores, num trailler do espetáculo macabro pré-roteirizado em oficinas pentagonais. No elenco, todos os medíocres do mundo teriam chances, de preferência os quadros psicopatológicos mais assanhados. Dinheiro, muito dinheiro: real, digital, virtual e imaginário. Armados com os canhões de roliúde, da mídia, do urânio empobrecido, do enriquecido, das bombas de rácimo e tudo o mais que o capeta do dinheiro e a tecnologia do capeta poderiam conceber e fornecer, inauguraram a saga da Nova Inquisição. E uma religião pop: o Fundamentalismo Megalômano. Novos cruzados, cristãos novíssimos e gângsteres de quarta geração, assessorados por histriões midiáticos e iupes idióticos, em ritmo de ação alusionada no comando de exércitos de cucarachas, pobres coitados e buchas de canhão. Não queimaram bruxas em fogueiras, queimaram populações com bombardeios de alta resolução. Molloch em escala planetária: extermínio em massa; milhares, milhões de corpos de homens, mulheres, velhos e crianças despedaçados entre ruínas fumegantes e rios de sangue. A orgia do capital. Tudo conforme o roteiro e o trailler de abertura. Em nome da “liberdade” e da “democracia”, abriram rotas de “destruição total” nas oito direções cardeais, ostentando a bandeira listrada, cantando o God Save the Queen, “iluminados” e “escolhidos” pela estrela de Davi. Nos quatro cantos do mundo, por menor que fosse uma aldeia ou uma cooperativa de camponeses que desejasse fazer uma horta ou uma obra comunitária, não davam paz nem trégua: massacravam. Produziram estragos gigantescos, causaram enormes dores e sofrimentos, cultivaram um ódio jamais conhecido. Mas não foram muito longe. Conteve-os a força e a fraternidade dos povos – que, à revelia do roteiro, fizeram despertar -, liderados pela lucidez e a coragem de alguns justos. Acabaram ontem, 29/9/2008, com as bolsas derrubadas e vazias e os castelos de areia que erigiram sobre os latifúndios do nada levados ao vento. Fim da História... deles.

Isto não quer dizer que a guerra acabou. Os de sempre continuam lá.


A descidadanização do cidadão brasileiro

Pedro Porfírio publicou ontem um artigo brilhante na Tribuna da Imprensa. Vale conferir: http://www.tribunadaimprensa.com.br/porfirio.asp. É um quadro em traços fortes, seguros e precisos do que estamos vivendo neste processo eleitoral. Uma campanha brocha, o eleitorado sem tesão, é o que temos hoje, ao que parece, por todo o país.

“Estamos a menos de uma semana do dia em que as cidades conhecerão os titulares dos poderes locais - novos ou não -, e não se pode dizer que a cidadania está ocupada na tarefa de estudar criteriosamente os valores que presidirão o seu direito de escolha, prerrogativa tida e havida como a certeza de que desfrutamos da mais frutífera relação entre governantes e governados. A forja da manipulação é quem dá as cartas, determinando o que cada um deverá fazer na hora da verdade nada verdadeira.” – escreve, com sabedoria, o colunista.

E, num outro trecho: “Mirem os aspirantes a timoneiros de nossas urbes e pouco de conteúdo se perceberá em seus discursos. Parece um castigo de Deus: esses pretensos próceres não são líderes, não têm rastros na história e se pintam como os preferidos, o são em função dos truques e de uma terrível ditadura instalada em nosso universo, aquela que foi inoculada em nosso próprio sangue.”

Que diferença negativa para nós, se comparamos este quadro com o que está ocorrendo em países vizinhos como a Bolívia, o Equador, o Paraguai, a Argentina e a Venezuela!

Se o leitor dispuser de banda larga, visitar sites como os da TeleSur (http://www.telesurtv.net/ ) e da VTV - Venezolana de Televisión (http://www.vtv.gob.ve/) e assistir a alguns de seus programas noticiários e de opinião, através do señal en vivo, sentirá a pulsação e o tesão de uma cidadania sendo construída pela consciência vibrante das massas, em pleno e fascinante processo verdadeiramente democrático e participativo. Um processo onde o cidadão não se permite ser representado por quem quer que seja, ele reivindica o direito de ele mesmo participar ativamente de todas as decisões.

Tudo sob um fogo cerrado e contínuo de todos os poderes imperiais e midiáticos que tentam derrubar seus líderes e suas revoluções por todos os meios possíveis, inclusive os mais violentos, do genocídio ao magnicídio, abertamente e sem pudores.

Bem, é verdade que aqui não temos tais problemas. Estamos sendo lentamente descidadanizados... e, ao que parece, estamos gostando disso, não?

Mas eles são mais felizes e alegres. Eles fazem a revolução; nós, a entregação.


Meu voto (entusiasmado)

Prefeito: Sérgio Miranda (12)

Vereador: Yé Borges (12321)



Abraços

Mario Drumond

Em tempo: Ontem, a única Bolsa de Valores do mundo que obteve resultados positivos foi a de Caracas. Nestes dez anos, o governo Chávez tratou de desvincular a economia venezuelana de Wall Street. Se deu bem! Nenhuma “mídia especializada” publicou o fenômeno.


Revisão: Frederico de Oliveira (para quem curte textos bons e bem escritos, recomendo o blog de Frederico – O Apito - no endereço http://www.thetweet.blogspot.com/).


Copyleft e copyright totalmente liberados. “Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado em todas as línguas.”

Arquivamento