Fim do mundo x novo mundo
1. Fim do mundo
Lula da Silva, se não modifica sua conduta, poderá terminar seus dias sendo comparado com os mais destrutivos líderes da história universal. Não o dizemos nós; dizem-no os números que começam a circular nas principais entidades mundiais que se preocupam com o tema ambiental e da fome no planeta. (Braulio Jatar Alonso em “Será o etanol o Iraque de Lula?”, aporrea.org, 5/5/2008)
As fotos ao lado foram tomadas recentemente em diferentes pontos do Estado do Mato Grosso. A de cima é uma plantation de soja transgênica para a produção de biodiesel. A de baixo, será de cana-de-açúcar para a produção de álcool. Ambas eram florestas amazônicas há menos de um ano, das quais, até onde as fotos aéreas alcançam, só restaram retalhos mínimos (talvez, para atender a alguma “norma” do tipo “não destrua tudo”). Nem o leitor nem este gazeteiro temos condições de imaginar, em valores quantitativos e qualitativos, o alcance do massacre de fauna e flora que foram (e estão sendo) ali exterminados, se considerarmos apenas os enquadramentos das duas fotos. Não há informações confiáveis em lugar algum na Internet, só o que é certo é que transnacionais estão investindo cerca de US$ 12 bilhões na construção de 50 mega-usinas, cercadas de plantations semelhantes ou até maiores que estas. Ainda ssim, algumas publicações sérias (EcoPortal.net, p. ex.) estimam que só no último semestre de 2007, o Brasil detonou algo em torno de 300 mil hectares (1 hectare = 1 campo de futebol) de florestas para o cultivo de soja e cana-de-açúcar.
E o massacre não se restringe à Amazônia e ao Pantanal. O Triângulo Mineiro, tradicional produtor de gado bovino, transformou-se num só canavial. Em alguns pontos do antes saudável e refrescante clima do interior do estado de São Paulo registraram-se “faltas de ar” que puseram em emergência os hospitais locais para atender a população sufocada: a queima dos canaviais em colheita foi de tal ordem que chegou a baixar a pressão atmosférica nas redondezas por causa do calor e das térmicas criadas, ao ponto de as pessoas não conseguirem inalar o ar de que seus pulmões necessitavam. Um sufoco!
É a colocação em prática acelerada do Plano Bush, inaugurado em março do ano passado, quando seu patrono veio ao Brasil para ordenar a Lula a sua execução, e assinaram o memorando de “cooperação” para a produção de “biocombustíveis”. Fidel Castro informou na ocasião, que, antes de vir, Bush reuniu-se com preocupados fabricantes de automóveis de Detroit para explicar-lhes o Plano. Os industriais de Detroit, ao que parece, ficaram satisfeitos com a explicação e mantiveram suas metas de aumento da produção.
A nós, brasileiros, não foi explicado nada. Para complicar, a palavra “álcool” foi substituída, estrategicamente, por “etanol”. O óleo diesel, passou a ser biodiesel, ou biocombustível, ou agro-combustível. Mas a todos eles, que são produzidos em conformidade com o Plano Bush, podemos chamar de necro-combustíveis.
Vi na televisão venezuelana um dirigente de empresas socialistas de gado dizendo que eles estão se aproveitando dessa “loucura brasileira” para adquirir no Brasil rebanhos inteiros de gado leiteiro e de corte a “preços de carga”, isto é, só precisam tirar o gado da região para liberá-la para as plantations, e se tornam donos dele. Navios cargueiros e até petroleiros fazem filas nos portos venezuelanos para entregar os rebanhos que trazem daqui.
O Plano renderá: a curto prazo, lucros trilionários para as transnacionais com a produção de necro-combustíveis; a médio prazo, mais lucros para as transnacionais com a venda das terras exauridas aos brasileiros; e, a longo prazo, desertos de proporções amazônicas para os brasileiros, nossos netos (mas isto não tiraria o sono de um Bush; por este e outros de seus planos nossos netos nem existirão; seus pais deverão estar mortos antes que nasçam, se não de fome, de balas de urânio empobrecido).
Abraços
Mario Drumond
Fotos: de cima, resistir.info; de baixo, necrocombustibles.com (ambas sem créditos de fotógrafos)
Revisão: Frederico de Oliveira (para quem curte textos bons e bem escritos, recomendo o blog de Frederico – O Apito - no endereço http://www.thetweet.blogspot.com/)
Copyleft e copyright totalmente liberados. “Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado em todas as línguas.”
1. Fim do mundo
Lula da Silva, se não modifica sua conduta, poderá terminar seus dias sendo comparado com os mais destrutivos líderes da história universal. Não o dizemos nós; dizem-no os números que começam a circular nas principais entidades mundiais que se preocupam com o tema ambiental e da fome no planeta. (Braulio Jatar Alonso em “Será o etanol o Iraque de Lula?”, aporrea.org, 5/5/2008)
As fotos ao lado foram tomadas recentemente em diferentes pontos do Estado do Mato Grosso. A de cima é uma plantation de soja transgênica para a produção de biodiesel. A de baixo, será de cana-de-açúcar para a produção de álcool. Ambas eram florestas amazônicas há menos de um ano, das quais, até onde as fotos aéreas alcançam, só restaram retalhos mínimos (talvez, para atender a alguma “norma” do tipo “não destrua tudo”). Nem o leitor nem este gazeteiro temos condições de imaginar, em valores quantitativos e qualitativos, o alcance do massacre de fauna e flora que foram (e estão sendo) ali exterminados, se considerarmos apenas os enquadramentos das duas fotos. Não há informações confiáveis em lugar algum na Internet, só o que é certo é que transnacionais estão investindo cerca de US$ 12 bilhões na construção de 50 mega-usinas, cercadas de plantations semelhantes ou até maiores que estas. Ainda ssim, algumas publicações sérias (EcoPortal.net, p. ex.) estimam que só no último semestre de 2007, o Brasil detonou algo em torno de 300 mil hectares (1 hectare = 1 campo de futebol) de florestas para o cultivo de soja e cana-de-açúcar.
E o massacre não se restringe à Amazônia e ao Pantanal. O Triângulo Mineiro, tradicional produtor de gado bovino, transformou-se num só canavial. Em alguns pontos do antes saudável e refrescante clima do interior do estado de São Paulo registraram-se “faltas de ar” que puseram em emergência os hospitais locais para atender a população sufocada: a queima dos canaviais em colheita foi de tal ordem que chegou a baixar a pressão atmosférica nas redondezas por causa do calor e das térmicas criadas, ao ponto de as pessoas não conseguirem inalar o ar de que seus pulmões necessitavam. Um sufoco!
É a colocação em prática acelerada do Plano Bush, inaugurado em março do ano passado, quando seu patrono veio ao Brasil para ordenar a Lula a sua execução, e assinaram o memorando de “cooperação” para a produção de “biocombustíveis”. Fidel Castro informou na ocasião, que, antes de vir, Bush reuniu-se com preocupados fabricantes de automóveis de Detroit para explicar-lhes o Plano. Os industriais de Detroit, ao que parece, ficaram satisfeitos com a explicação e mantiveram suas metas de aumento da produção.
A nós, brasileiros, não foi explicado nada. Para complicar, a palavra “álcool” foi substituída, estrategicamente, por “etanol”. O óleo diesel, passou a ser biodiesel, ou biocombustível, ou agro-combustível. Mas a todos eles, que são produzidos em conformidade com o Plano Bush, podemos chamar de necro-combustíveis.
Vi na televisão venezuelana um dirigente de empresas socialistas de gado dizendo que eles estão se aproveitando dessa “loucura brasileira” para adquirir no Brasil rebanhos inteiros de gado leiteiro e de corte a “preços de carga”, isto é, só precisam tirar o gado da região para liberá-la para as plantations, e se tornam donos dele. Navios cargueiros e até petroleiros fazem filas nos portos venezuelanos para entregar os rebanhos que trazem daqui.
O Plano renderá: a curto prazo, lucros trilionários para as transnacionais com a produção de necro-combustíveis; a médio prazo, mais lucros para as transnacionais com a venda das terras exauridas aos brasileiros; e, a longo prazo, desertos de proporções amazônicas para os brasileiros, nossos netos (mas isto não tiraria o sono de um Bush; por este e outros de seus planos nossos netos nem existirão; seus pais deverão estar mortos antes que nasçam, se não de fome, de balas de urânio empobrecido).
Abraços
Mario Drumond
Fotos: de cima, resistir.info; de baixo, necrocombustibles.com (ambas sem créditos de fotógrafos)
Revisão: Frederico de Oliveira (para quem curte textos bons e bem escritos, recomendo o blog de Frederico – O Apito - no endereço http://www.thetweet.blogspot.com/)
Copyleft e copyright totalmente liberados. “Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado em todas as línguas.”